vendredi 20 avril 2012

Tema 3 – Ameaças à biodiversidade
Como componente biótico integrante do ecossistema (terrestre ou marinho) os organismos vivos (biodiversidade) estão em constante interacção com o componente abiótico que constitui o seu suporte vital. Assim, qualquer alteração positiva ou negativa que se opera nos diversos constituintes abióticos (geomorfologia, clima, solo, componentes mineralógicos, etc.) acabam sempre por exercer uma influência directa ou indirecta sobre toda a diversidade biológica e genética dos ecossistemas.
Ao longo de milhões de anos por selecção natural foram extintas muitas espécies animais e vegetais. História tem demonstrado que o processo de desenvolvimento económico e a garantia do bem-estar global das sociedades humanas esteve sempre assente numa dependência directa entre o homem e o ambiente o que tem sido traduzida numa utilização desenfreada e irresponsável dos recursos naturais. Esta constatação nasceu da tomada de consciência de que a revolução industrial e o consequente desenvolvimento tecnológico, apesar dos benefícios que trouxeram para a humanidade, provocaram uma série de consequências desastrosas como o êxodo rural, a crescente urbanização, a poluição dos solos, da água e do ar, o esgotamento de importantes recursos naturais, assim como a degradação da biodiversidade terrestre e marinha na sua forma mais abrangente, ou seja, a actividade humana acelera o extermínio de numerosas espécies, acrescentando que as espécies extintas em consequência da intervenção humana não são substituídas por formas novas e mais bem adaptadas, como sucede aos que se extinguiram devido a selecção natural. Assim os factores que contribuem para a perda da biodiversidade são: superpopulação, o desmatamento, a poluição (poluição do ar, poluição da água, contaminação do solo) e do aquecimento global ou mudanças climáticas, impulsionados pela actividade humana. Esses factores, enquanto decorrentes da superpopulação, produzem um impacto cumulativo sobre a biodiversidade.
Neste âmbito, podemos sumariar as principais ameaças que conduzem a perda da biodiversidade, distinguindo-se as causas imediatas das fundamentais. Assim considera-se como ameaças ou causas imediatas:
O derrube excessivo de arvores, – para melhoria do habitat humano (obtenção de madeira muito frequente nas zonas tropicais), bem como a destruição de florestas, para converter os terrenos em zonas agrícolas).
A mudança, destruição e fragmentação do habitat - mudanças de uso do solo ou conversação de um uso da terra para outro, onde o uso da terra inclui sistemas de gestão sustentáveis ou não trabalhar a terra (região inculta); modificação física de rios ou de retirada de água dos rios; drenagem de zonas húmidas; perda dos recifes de coral; e danos ao fundo do mar, devido à pesca de arrasto). A fragmentação de habitats, originando ilhas biogeográficas com decorrente perda de sustentabilidade das espécies remanescentes, acrescida da diminuição, evidente, da sua variabilidade genética.
As alterações climáticas – diminuição da interacção atmosfera-oceano; estratificação das massas de agua reduzindo a contribuição dos nutrientes do fundo
Espécies exóticas invasoras as espécies introduzidas por acção humana, propositada, ou acidental (ou seja, não nativa), que se adaptam e proliferam muito bem no novo ambiente, competindo com as espécies nativas. A Segundo a IUCN, as invasões biológicas são a segunda maior causa de perda de biodiversidade à escala global.
A super exploração dos recursos – demanda dos produtos da pesca; By-catch (captura acidental que ocorre quando pescadores, inadvertidamente, capturam espécies não alvo).

O pastoreio excessivo – contribui para a destruição da cobertura vegetal, impossibilitando qualquer espécie de regeneração.
Alterações físicas ao meio – com maior efeito nas zonas costeiras (expansão urbana, oferta do turismo).
A poluição – descarga de efluentes domésticos, industriais e agrotóxicos e consequente eutrofização dos corpos de agua; degradação de riquezas naturais as variações da temperatura da água do mar, levam a dificuldades da adaptação de certas espécies de peixes, é igualmente uma das causas da invasão de águas salinas em ambientes tradicionalmente de água doce, causando assim uma pressão adicional nesses ecossistemas, e potenciando a diminuição ou extinção das espécies até então ai presente;
Insecticidas (uso do DDT) – são utilizados com a finalidade de reduzir determinadas populações animais e vegetais, tendo em vista a sua eliminação. Um dos grandes problemas é que não são selectivos, eliminando assim, para além das espécies prejudiciais, as indiferentes ou até úteis.
Caça indiscriminada e ilegal
Queimadas – grandes devastadoras da cobertura vegetal, conduzem a eliminação de numerosas espécies
Homo sapiens a destruição em massa atribuível a uma única espécie, a nossa, é aparentemente único na história da terra.
Relativamente as causas fundamentais, estas encontram-se por detrás destas causas imediatas, estando mais relacionadas com factores económicos, institucionais e socias.  
Em consequência da perda da biodiversidade que se tem vindo a verificar, poderá afectar o normal equilíbrio dos ecossistemas e, como parte integrante dos ecossistemas as populações humanas poderão sofrer uma queda significativa da qualidade de vida, que reflectirá directamente em pontos como o suprimento de alimentos e manutenção da saúde, a vulnerabilidade a desastres naturais, redução e restrição do uso de energia, diminuição da oferta e distribuição irregular de água potável, aumento de doenças e epidemias, instabilidade social, política e económica, entre outros.
Todavia passos têm sido dados no sentido de mitigar os efeitos da degradação da biodiversidade decorrente da acção antrópica), nomeadamente, a identificação das regiões (Hotspots) que concentravam os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação seriam mais urgentes (Myers), a realização da Cimeira da Terra que teve lugar no Rio de Janeiro, em 1999, tendo sido o primeiro acordo a englobar todos os aspectos da diversidade biológica: genomas e genes, espécies e comunidades, habitats e ecossistemas, Convenção sobre a Diversidade Biológica, assinada por 155 países incluindo, assume três objectivos fundamentais: a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos recursos genéticos.  
Bibliografia
Millennium Ecosystem Assessment, 2005.Ecossystems and Human Well-being: Biodiversity Synthesis. World Resources Institute, Washington, DC., 2005.
Pearce D., Moran D. – O Valor Económico da Biodiversidade. Instituto Piaget. Lisboa. ISBN: 972-8407-12-2
http://www.ibiosfera.org.br/Desafios/Biodiversidade.asp [consultado em 19-04-2012]
http://sustainabilitywithus.blogspot.com/2009/11/ameacas-biodiversidade.html [consulta em 19-04-12]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esp%C3%A9cie_invasora  [ consultado 19-04-12]
http://www.worldwildlife.org/what/globalmarkets/fishing/whatwearedoing.html  [consultado em 19-04-12]